A ambivalência na obra de diego durán
A AMBIVALÊNCIA NA OBRA DEDIEGO DURÁN
Resumo
Este trabalho propõe uma análise da vida e obra de frei Diego Duran (1537 – 1568) – missionário dominicano em Nova Espanha – tendo como eixo central a discussão sobre a ambivalência de sua relação com os universos indígena e espanhol. Buscou-se através da pesquisa da sua biografia e de trechos de sua obra elementos que contribuam para a discussão acima mencionadaIntrodução
Nosso trabalho foi baseado, fundamentalmente, nos livros “Deuses do México Indígena” de Eduardo Natalino dos Santos e “A Conquista da América” de Tzvetan Todorov.
Os dois autores tem opiniões diferentes com relação a como situar Diego Durán com relação às culturas indígenas e espanhola e consequentemente discutem a partir de premissas distintas as contradições e ambigüidades de sua obra.Para Durán é imprescindible conhecer o culto pagão. O objetivo declarado do trabalho de Durán era o de conhecer diversos aspectos da antiga religião já que estas práticas costumavam misturar-se com as práticas cristãs em um particular sincretismo. Por isso a importância de conhecer não somente as práticas religiosas como também a língua dos índios de Mesoamérica para poder introsuzir-se em seuuniverso e cumprir seu dever evangelizador.
Ao longo da sua pesquisa Durán entra em profundo contato com os costumes, lendas e particularidades da cultura indígena e esta aproximação confere à sua obra características singulares, manifesta em opiniões e descrições contraditórias com seu objetivo original.
A obra de Durán divulgou-se quando a tarefa de evangelização tinha sido há muito tempoabandonada na América e assim, seus objetivos de auxilia-la não foram cumpridos.
Mas a sua obra constitui um dos documentos de maior valor para a interpretação do universo indígena mesoamericano.
A sua vida
Não temos muitos dados biográficos de Diego Durán. Sabemos que nasceu em Sevilla em 15 de junho de 1537 e quando tinha entre 5 e 8 anos, chegou a Nova Espanha. Junto com sua famíliaestabeleceu-se em Tetzcoco onde se criou.
Em 1556 se ordenou como frei na ordem de Santo Domingo e em 1559 alcançou a dignidade de presbítero. Dois anos depois foi enviado a Oaxaca e depois para a Cidade do México em 1565.
Em 1581 foi vigário em Hueyapan, atual estado de Morelos. Aparentemente nunca teve boa saúde e tem-se notícias de que em 1587 estava muito doente. Não se saber ao certo a data de suamorte que pode ter sido nesse mesmo ano ou no seguinte.
Com certeza Durán aprendeu o náhuatl e mesmo não tendo os dados exatos da cronologia e circunstâncias, sabemos que viajou muito por Nova Espanha.
Sua obra, conhecida como Códice Durán, foi descoberta em 1850, na Biblioetaca Nacional de Madri pelo mexicano José ramirez que a editou no México entre 1867 e 1880.
Existe ainda uma polêmica comrelação à origem judaica de Diego Durán originada a partir do estudo de seu sobrenome. Esta discussão toma sentido quando relacionada a alguns aspextos levantados em sua obra que veremos mais adiante.
Para Todorov, a ambivalência de Durán é mais complexa precisamente porque sua vida não alterna permanências na Espanha e na América, ao contrário, viveu quase toa a sua vida na Nova Espanha.A sua ordem
Os dominicanos chegaram na América, mais precisamente ao Caribe em setembro de 1510. Eram inicialmente quatro religiosos que se instalaram em La Espanhola.
O trabalho dos padres dominicanos consiste basicamente no estabelecimento de conventos para realizar a tarefa de evangelização e ao mesmo tempo formar evangelizadores.
Após os primeiros momentos da conquista e do terrível...
Regístrate para leer el documento completo.