A Nossa Comprensão Do Mundo
Ao apreciar “A Mona Lisa” –deixando de lado interpretações e baseandonos só nos sentidos-, é impossível saber se aquilo que se vê é de fato aquilo que existe: está demonstrado que os sentidos falham. Alguns poderiam veruma Mona Lisa apenas mais vermelha, ou menos verde, ou um pouco mais escura. Não importa o quão humanamente perfeitos sejam meus olhos, eu nunca vou conseguir enxergar “A Mona Lisa” real, pois sempre existe alguma mínima falha na visão. Ainda assim, nossa visão nos aproxima à realidade: não importa de que cor uma pessoa enxergue, saberá que a pintura é o retrato de uma mulher que tem um braço acimado outro, olhando para o observador mas com seu corpo um pouco voltado para o lado, e com um vestido que deixa ver seu pescoço e uma parte de seu peito; mas não conchecerá as cores exatas da pintura, não saberá a posição e estado exatos de cada átomo que a conforma. Isto não se aplica só à visão, mas também a todos os sentidos.
E se alguém vir A Mona Lisa falando para ele que deve matar todosos presentes no muséu, e depois sair correndo nu pela rua cantando “Thriller”, de Michael Jackson; porque senão o fizer, mundo sería destruido? Será que aquela pessoa estaria certa ou errada? Não existiria maneira de comprovar que teria razão, nem que estaria mentindo, ou que teria visto algo que não é real. Ele poderia ser o profeta que veio nos salvar da destruição, ou poderia ser um simplesdoente mental. Mas até aquele louco teria se aproximado à realidade, pois uma impressao do mundo -nao importa quanto ela esteja errada- é conhecimento, e qualquer conhecimento sobre o mundo nos dá mais informacao sobre ele que o nao-conhecimento. Ainda assim, é impossível saber o quanto o doente mental se aproximou à realidade, porque nao podemos conhecê-la e compará-la com o que ele percebeu. Ouseja, a nossa perspectiva da realidade é tao certa quanto a dele. Aquí é onde surge um problema de tom mais social: deveriamos deixar que aquela pessoa mate a todos no Louvre porque acha que está bem?
Existem algumas verdades subjetivas tidas pela sociedade como objetivas, como, por exemplo, “matar é ruim”. Mas, por que matar é ruim? Poderiamos argumentar sobre a dor causada no próprio sujeito queé assasinado e a da sua familia. O problema é: nosso louco de Louvre não pensa o mesmo. Ele pensa que precissa matar todas as pessoas no muséu para nos salvar: o fim justifica os meios. A polícia leva ele à cadeia e depois ao hospício, pois isso é o que se faz em uma sociedade onde matar e sair correndo nú pela rua é crime e demonstração de locura. Pouco tempo depois, a terra não explode. Nossocrimininal estava certo, mas, sendo salvador do mundo, foi apressado. Segundo o critério da sociedade, ele não salvou ninguém, pois não existe maneira de provar que ele estaja certo, com exceção da sua própria experiência, que não é a da maioria. Então, o conhecimento obtido por meio dos sentidos deve ser comprovado de alguma outra maneira para que seja validado pela sociedade, não só pela testemunhade uma pessoa. Aquela comprovação do conchecimento que foi obtido pelos sentidos se faz por meio dos do outro indivíduo. Para deixar essa ideia mais clara, voltemos ao exemplo do Louco de Louvre. Se todos no muséu tivessem ouvido e visto A Mona Lisa falar, e todos os outros que viessem depois, também a vissem e ouvissem, e ainda pudessem ser feitos vídeos e estudos científicos; o nosso herói...
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