O Imperio Anglo-Americano Em Rota Para O Brasil

O IMPERIO ANGLO-AMERICANO EM ROTA PARA O BRASIL
Por Lorenzo Carrasco
Pareceria que o sonho de consumo de muitos dentro e fora de Itamaraty - um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas - estaria a ponto de faze-se realidade, isto se levássemos a serio o recente documento do Conselho de Relações Exteriores de Novo Iorque (Council on Foreign Relations-CFR), elaborado por umaforça tarefa independente dirigida por Samuel W. Bodman, ex-secretario de energia dos Estados Unidos (2005-2009) e James D. Wolfensohn, ex presidente do Banco Mundial (1995-2005), coordenando um grupo de luminárias do establishment estadunidense.
O documento do CFR ao reconhecer o papel de Brasil como “ator global” em função da importância da economia brasileira especialmente em sua projeção deum futuro imediato: seu crescimento populacional; seu enorme potencial de recursos especialmente na área energética – hídrica, petrolífera e nuclear -; sua potencial de produção alimentícia e seu papel emergente no assuntos da ordem mundial com especial ênfases em sua projeção frente a África. Segundo isto “Given each country’s landmass, economy, population, and resources base, Brazil and theUnited States necessarily interact in as increasingly globalized and multipolar world.” (Pag 3,4)
Antes de tratar de aprofundar na analisar do contexto estratégico em que se inscreve o relatório do CFR, devemos destacar que a proposta da inclusão do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, não é apenas um reconhecimento objetivo da importância global do Brasil, mais a intenção manifesta de cooptar aopaís a um plano de reestruturação do poder mundial em que permanecem intocados axiomas fundamentais, como por exemplo, a não menção, para nada, da crise do sistema financeiro e bancário internacional que tem sido à base da hegemonia anglo-americana no cenário internacional e que na realidade é o principal núcleo que devera ser reformatado em uma verdadeira mudança da ordem de poder mundial.Assim as propostas de reorganização do CFR, ainda que formalmente aceita a realidade de um mundo multipolar, não abre mão de pretender perpetuar o sistema de hegemonia baseado no sistema de livre comercio colonial e uma divisão de trabalho injusta que é a característica universal do curso da civilização desde a emergência e consolidação da Inglaterra como poder colonial no final do século 17 e oinicio do século 18. Sem uma reforma do sistema de banca central independiente, que surgiu com a criação do Banco de Inglaterra em 1694, não existe nem uma base de credibilidade para uma pretensa reforma proposta pela elite oligarca.
Por isso é claro, no relatório, que a oligarquia anglo-americana gostaria de enquadrar ao Brasil com um grande exportador de energia e uma potencia ambientalque no fundo evitaria como já esta acontecendo, a utilização de seus recursos naturais no desenvolvimento soberano interno do país e a região de America do Sul. É notável, que ao mesmo tempo em que ignora a necessidade de uma industrialização acelerada do país, o relatório enfatiza só o potencial de exportação de produtos primários - energia e alimentos – e a necessidade que o país têm de seauto-impor legislações ambientais que o resto de nações, inclusive os Estados Unidos, esta relutando em aprovar. Apesar do alto nível dos participantes na elaboração do relatório não tiveram o cuidado de não repetir a mitologia, hoje amplamente desacreditada, da Amazônia como pulmão do mundo. “The Amazon rainforest is itself a valuable resource, recycling carbon dioxide to produce more that 20 percentof the world’s oxygen”. (pag 10)
Na próprias palavras do CFR: “Brazil’s energy and environmental profiles have established it as a major international actor on two of the most central and intimately linked global challenges: energy security and climate change. With as many as 50 billion barrels of oil beneath Brazilian waters, 167 million barrels of annual ethanol production (and plans to...