Mahabharata
Ao iniciarmos nossa leitura e pesquisa sobre o Mahabharata, nada sabíamos a respeito do tema, mas à medida que o estudávamos, descobríamos um mundo mágico cujo qual o egocentrismo ocidental nos privou tal contato anterior. Descobrimos também que, junto a obras como os quatro vedas (Rig Veda – Salmos dos Conhecimentos; Yajur Veda – Conhecimento das Fórmulas Sagradas; SamaVeda – Sabedoria dos Hinos, das Melodias e Atharva Veda – Conhecimento da Magia, dos Encantamentos) e muitas outras cujas quais formam a literatura védica, alinhando uma história à outra, formando assim, a maior trilogia de contos da humanidade. Contudo, ater-nos-emos apenas ao Mahabharata, cujo significado é Grande Bharata, um antigo ancestral que de acordo às lendas, originou o povo indiano.Quanto ao conteúdo pequisado, baseamo-nos principalmente através da adaptação escrita por CARRIER, que em sua apresentação nos diz:
As primeiras redações, colhidas de relatos muito antigos, remontam os séculos IV ou V a.C. Essa redação prosseguiu durante setecentos ou oitocentos anos, para só encontrar uma forma mais ou menos definitiva no século III ou IV d.C. Ao longo dessacomposição, numerosas adições foram inseridas na narração primitiva e, até o século XX, variantes de toda a espécie foram se multiplicando, conforme as províncias, as tradições, os intérpretes e os grupos de redatores (CARRIER, 1991 p. 7).
E, quanto à lenda contada no livro, se fizermos uma síntese da obra para se entender melhor seu significado, podemos dizer que o mito do Mahabharataremonta à grande Índia da Antigüidade, período em que esteve unificada política e culturalmente. Nesse período, os Kurus, denominação dada àqueles que habitavam Kurukshetra, formavam um importante clã. Contudo, quando o rei cego Dhritrashtra envelheceu, decidiu ceder o trono a Yudishtira, primogênito de seu irmão Pandu, ao invés de cedê-lo ao seu filho Duryodhana, que por sua maldade, não eraconsiderado digno de governar. Mesmo assim, Duryodhana apoiado por seus noventa e nove irmãos, conhecidos como Kauravas, apodera-se do trono por meios ilícitos, como as diversas tentativas de eliminar os cinco filhos de Pandu, conhecidos como Pandavas.
Durante os conflitos surge um dos avatares (reencarnações) do Deus Shiva, o Krishna, primo e guia dos kurus que tentou reconciliar os doispartidos, cedendo cinco cidades aos cinco Pandavas. Mas Duryodhana negava em ceder a menor parcela de terras sem lutar. Tornando-se, assim necessário combater pela justiça e pelo direito, dividindo a Índia em dois partidos. O exército dos Kauravas era muito maior que o dos Pandavas, mas esta diferença era compensada pela superioridade dos cinco irmãos, filhos de deuses, e por seu guia, Krishna, um Deuspor si só.
E é em uma das batalhas em que Krishna mantém um diálogo com o mais novo dos cinco Pandavas, o arqueiro Arjuna, que estava muito angustiado porque teria que combater contra sua própria família. Por isso pergunta quem era afinal o próprio Senhor Krishna, que o tinha colocado numa situação daquelas. O livro todo conta a história desse diálogo entre o Senhor Krishna e o guerreiroArjuna. Este diálogo aparece no livro do Mahabharata, conhecido como Bhagavad-Gita, que significa aproximadamente Canção Divina, no qual ensina o homem a elevar-se acima da consciência humana através do Yoga, servindo de base muitos rituais hindus e para a seita Hare Krishna, fundada em Nova York pelo indiano Abhay Charan, em 1966.
No entanto, devemos ter cuidado ao nos deixarmos cativar porestes mitos, pois assim, poder-se-ão servir como fonte de alienação. Isto vemos em um trecho retirado do Mahabharata e como ele é usado para mostrar para as pessoas como a religião é importante:
Drupandi sentiu compaixão pelo criado desolado e falou gentilmente “com certeza foi o senhor que ordenou que isso acontecesse. No destino, a felicidade e a tristeza se alteram; após...
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