Abril despedaçado

Abril despedaçado

Sinopse:

Sertão Brasileiro, abril de 1910.
Um menino nos conta uma história – sua história – que é também a história de seu irmão, Tonho.
Ele nos apresenta sua família: “oPai é que toca os boi prá rodá a bolandera. (...) Tonho, meu irmão, é o que moe a cana; a Mãe, recolhe os bagaço’. O menino, por sua vez, recolhe os feixes de cana e os leva para o irmão. O trabalho,na luta pela sobrevivência , é a identidade da cada um e a argamassa que os une.
Mas a família não está completa. De Inácio, o filho mais velho, assassinado há dois meses, resta a camisaensangüentada, balançando ao vento.
Trata-se não da estória de uma família, mas sim de uma estória de famílias. Mais precisamente da “guerra” entre as famílias do menino, os Breves, e a família com a qual osBreves disputam a terra, os Ferreira. Essa disputa é regida por um código de honra transgeracional, onde ao assassínio de um membro de uma das famílias corresponde não só o direito, mas também o deverda vingança por parte da família rival. O não cumprimento da vendeta significa a desonra. O sangue, o trabalho e a honra, além do próprio isolamento geográfico, unem os membros de cada família.Cabe a Tonho, desta feita, vingar a morte de seu irmão Inácio. Cabe ao pai aplicar a lei consuetudinária: assim que a camisa ensangüentada amarelece, é tempo de vingança.
Mas algo mais, além do sangue,do trabalho e da honra, une o menino a Tonho. O amor entre os dois irmãos é evidente na trama e se transforma num elemento de resistência à ordem patriarcal: o menino incita o irmão a não consumar avingança. O pai o corrige com uma bofetada.
Mas o filho mais velho cumpre o seu dever. Numa cena memorável, onde algoz e vítima cruzam, em desabalada carreira, o canavial que cobre a terra disputada- não um à frente do outro, como se esperaria de um perseguido e seu perseguidor, mas sim lado a lado, como iguais que são, nos seus destinos de morte -, Tonho dispara contra o assassino de seu...