Morfologia Do Conto Maravilhoso
Morfologia Estudo das formas. Estudo das partes que constituem um todo e das relações entre essas partes e o todo (definição utilizada emBotânica). Propp buscava estudar, no conto de magia, “uma morfologia, isto é, uma descrição do conto maravilhoso segundo as partes que o constituem, e as relações destas partes entre si e com o conjunto.” (PROPP, 1984:25). Contos de magia Contos populares, folclóricos. “Do ponto de vista morfológico podemos chamar de conto de magia a todo desenvolvimento narrativo que, partindo de um dano (A) ou umacarência (a) e passando por funções intermediárias, termina com o casamento (W0) ou outras funções utilizadas como desenlace. A função final pode ser a recompensa (F), a obtenção do objeto procurado ou, de modo geral, a reparação do dano (K), o salvamento da perseguição (Rs), etc.” (PROPP, 1984:85).
Características do conto
(conto simples, maravilhoso ou do modo tradicional de narrar) O modode narrar um conto simples é caracterizado pela natureza da própria narrativa: a de simplesmente contar histórias. O conto não tem compromisso com o evento real. “Um relato, copia-se; um conto, inventa-se, afirma Raúl Castagnino. A esta altura, não importa averiguar se há verdade ou falsidade: o que existe é já a ficção, a arte de inventar um modo de se representar algo.” (GOTLIB, 2003:12). Emlinhas gerais, a história dos contos de magia pode ser esboçada a partir de dois momentos principais. Em um primeiro momento, a criação e a transmissão de um conto se davam oralmente. Em seguida, os mesmo contos passaram a ser veiculados por registro escrito. André Jolles defende em seu livro, Formas Simples, que o conto possui uma forma simples,“isto é, uma forma que permanece através dos tempos,recontada por vários, sem perder sua „forma‟” (GOTLIB, 2003:18). O conto pode ser contado com as “próprias palavras” do narrador sem que esta forma simples desapareça. Desta afirmação, podemos destacar três características importantes dos contos de magia: 1. Mobilidade: o conto é transmitido, oralmente ou por escrito, através dos séculos, devido a sua fluidez.
2. Generalidade: pode ser recontadocom as próprias palavras do narrador sem que o seu fundo (forma simples) se altere ou desapareça. 3. Pluralidade: o conto é entendido por todos e mantém a sua essência. Todo conto é uma narrativa breve, clara (ou direta, objetiva) e compacta (condensada). A situação apresentada e sua proposição temática são resumidas. Edgard Allan Poe vai desenvolver sua teoria sobre o conto literário a partir darelação existente entre a extensão do conto (e, conseqüentemente, o tempo de sua leitura) e o efeito que sua leitura causa no leitor (chamado por Poe de efeito único ou impressão total). Um conto breve pode ser lido de uma só vez, exercendo domínio sobre o leitor. Segundo Jolles, o conto obedece a uma moral ingênua, oposta ao trágico real da vida cotidiana. Esta moral subentendida é um...
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