O Diabo E As Crônicas Do Novo Mundo

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO – UNESP FRANCA
O Diabo e as Crônicas do Novo Mundo.
A Alteridade, o Diabo e a Demonização na Conquista do México.

Arthur Jorge Dias de Morais Coelho – Terceiro ano História – noturno
13/11/2011



ÍNDICE

Introdução------------------------------------------------------------------------------------------3Objetivo---------------------------------------------------------------------------------------------6

Justificativa-----------------------------------------------------------------------------------------9

Fonte-----------------------------------------------------------------------------------------------11



 
INTRODUÇÃO

Essa pesquisa procura, fundamentalmente estudar as maneira pelas quais osespanhóis exerceram sua posse sobre a América. Pode-se perceber que a história da conquista do México é uma história da tentativa dos conquistadores de legitimar sua dominação sobre as novas terras e sobre os novos povos não somente através da conquista militar, mas também da conquista espiritual.
Robert Ricard em seu livro “La conquista espiritual de México” nos escreve que Cortés, ao iniciar suaexpedição para o território que viria a ser a Nova Espanha, tinha uma série de objetivos designados por Diego Velásquez, governador de Hispaniola (atual Cuba), em geral sabemos que a missão de Cortés não deveria ter penetrado tanto no novo território e muito menos ter travado uma guerra contra os nativos. Desse modo os objetivos iniciais foram descumpridos, com exceção daquele que se relacionavacom a religiosidade dos nativos.
Os espanhóis consideravam parte dominante (excluindo nesse momento sua irreparável ambição por ouro) de sua missão fazer com que o deus cristão fosse aceito pelos índios, o que obviamente demanda que essa fé fosse difundida para os novos povos recém-descobertos. Por essa razão, Cortés ao realizar a conquista militar e política do México, preocupou-se em realizartambém o que nós chamamos de uma conquista religiosa e espiritual do mesmo.
Sendo assim, a legitimação da posse sobre as novas terras passava não apenas por um domínio político e militar, mas também por uma vitória espiritual do cristianismo sobre a religião dos nativos.
Esse processo de dominação passa por um processo de compreensão, como aponta Tzvetan Todorov , que se junta à retórica eenunciação da alteridade. Desse modo sabemos que os cronistas das índias preocuparam-se, ao descrever a America, em dar foco aos relatos sobre os índios, seus hábitos e rituais. Sendo assim essa pesquisa temem sua metodologia as reflexões de François Hartog sobre a retórica da alteridade.
Tomando como fonte o cronista das índias Fernandez Oviedo, escritor das obras “Sumario Natural de La Históriade Las Índias” e “História Natural e General de Las Índias”, entendemos que ao enunciar uma sociedade indígena o cronista compreende esse outro por uma imagem demonizada que é o inverso da imagem que o cronista faz de si e de seus pares espanhóis.
Laura de Mello e Souza nos escreve que a demonologia tem uma presença mais que forte na conquista e colonização da América. Exemplo disso é a quaseuniformidade dos cronistas de entender as sociedades indígenas saturada por inspirações vindas diretamente do Diabo cristão.
Desse modo, é importante para esse trabalho a noção de que a enunciação da alteridade em relação aos índios está embotada pela demonização. Em outras palavras, os cronistas escreviam aos seus pares cristãos que os índios estavam impregnados pela lógica do inimigo de Deus,o Diabo.
Os cronistas, conquistadores e colonizadores, na concepção dos cristãos, ao servir, venerar e respeitar deus, estão no caminho da salvação e desenvolvendo o bem enquanto os índios estão em uma sociedade pautada pelas mentiras do Diabo e, portanto estão servindo o mal e trilhando o caminho da perdição.
Nesse ponto os cronistas vão indicar a necessidade de cristianizar esses nativos,...