Análise Do Modulor
Páginas: 12 (2990 palabras)
Publicado: 5 de febrero de 2013
Resumo crítico do Modulor
Afonso Portela | Teoria 3 | 2012/2013
Tinha-me comprometido a ler a colectânea “Meaning in Architecture”, de Charles Jencks e George Baird, mas só encontrei um texto de George Baird (“La Dimension Amoureuse” in Architecture) numa antologia e só depois soube que há um exemplar do livro na biblioteca da faculdade de letras. Decidi por isso, para já, fazer sobre oModulor, que tenho em mão.
Resumo sobre o Modulor
Palavras chave: estandardização, medidas harmónicas, gama, proporção humana, arquitectura
Logo pelo subtítulo do livro (Ensaio sobre uma medida harmónica à escala humana aplicável universalmente à arquitectura e à mecânica) fica-se com uma ideia da grandiosidade que Le Corbusier pretendia com o seu Modulor. É uma ideia de proporcionamento queele comprova nas muitas viagens que fez pela Europa, visitando arquitecturas antigas e vernaculares, inspiramdo-se na razão de ouro usada pelos gregos para relacionar as várias partes de um edifício. Vem no seguimento de vários tratados como o De architectura de Vitruvius, que serviu de base para o Homem de Vitrúvio, de Leonardo da Vinci, e o De Re Aedificatoria, de Leone Battista Alberti, e foidesenvolvido praticamente ao mesmo tempo que o sistema octamétrico (subdivisão do metro em 8 partes) de Ernst Neufert. Incluí alguns factos históricos pouco relevantes para o resumo da obra mas que ajudam a localizá-la espacial e temporalmente. O livro é um pouco confuso na sua estrutura e no constante “andar para trás e voltar a frente” a que obriga o leitor. Aliás, o próprio Corbusier desculpa-se:“Não houve aqui, ao longo destes capítulos, um argumento científico. É muito simples: eu não sou um cientista. O Modulor é um utensílio de trabalho, uma gama com a qual compor... para determinar as séries de fabrico e também para alcançar, através da unidade, as grandes sinfonias arquitectónicas.”1 Entre 1943 e 19502, Le Corbusier desenvolveu um sistema de medição que ficou conhecido por Modulor.O nome foi sugerido por Rober Lancrey-Javal, doutor em Direito3. É uma contracção de Module, ou seja unidade de medida, com or, uma referência ao número de ouro4. É uma escala de valores que permite que o seu utilizador componha espaços com medidas inter-relacionadas, harmónicas entre si. Objectivamente é uma escala de medidas derivadas da estatura humana (considerou como altura pré-definida183cm), relacionadas entre si através do
Modulor, p.211 Modulor, p.9 3 Modulor 2, p.50 4 O número de ouro, também designado por proporção aúrea põe em relação 2 elementos de uma composição na seguinte razão: a relação entre a maior e a menor é igual à relação entre a soma das duas e a maior
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Resumo crítico do Modulor
Afonso Portela | Teoria 3 | 2012/2013
rectângulo de ouro - ouseja, é uma série resultante da razão Φ - estabelecida sobre a unidade de 2,26 (medida de um homem com o braço erguido) e a sua duplicidade (séries vermelha e azul). Cresce na proporcção da “sequência de Fibonacci”, na qual a adição de dois termos consecutivos proporciona o termo seguinte. Podemos então afirmar que essa sequência introduz o corpo humano nos seus pontos essenciais de ocupação doespaço e utiliza operações matemáticas simples: a unidade, a sua duplicação e as duas secções de ouro, somadas ou subtraídas. Em 1922, depois de ter perparado bases teóricas em artigos na L’Esprit Nouveau, Corbusier recomeça a construir utilizando traçados reguladores nas fachadas. Devido às circunstâncias da altura, Corbusier tomou conhecimento da “normalização AFNOR” 5, e refere que foi esseencontro que proporcionou a escrita deste ensaio. Em 1955 edita um segundo volume, de subtítulo “Os utilizadores têm a palavra”, onde apresenta compilação de críticas, sugestões e comentários de pessoas que lhe escreveram a falar do modulor. Faz também uma descrição do processo de construção de Charndigarh6 e do processo de seriação de trabalho (pré-fabricação manual) para a montagem de tapeçarias...
Afonso Portela | Teoria 3 | 2012/2013
Tinha-me comprometido a ler a colectânea “Meaning in Architecture”, de Charles Jencks e George Baird, mas só encontrei um texto de George Baird (“La Dimension Amoureuse” in Architecture) numa antologia e só depois soube que há um exemplar do livro na biblioteca da faculdade de letras. Decidi por isso, para já, fazer sobre oModulor, que tenho em mão.
Resumo sobre o Modulor
Palavras chave: estandardização, medidas harmónicas, gama, proporção humana, arquitectura
Logo pelo subtítulo do livro (Ensaio sobre uma medida harmónica à escala humana aplicável universalmente à arquitectura e à mecânica) fica-se com uma ideia da grandiosidade que Le Corbusier pretendia com o seu Modulor. É uma ideia de proporcionamento queele comprova nas muitas viagens que fez pela Europa, visitando arquitecturas antigas e vernaculares, inspiramdo-se na razão de ouro usada pelos gregos para relacionar as várias partes de um edifício. Vem no seguimento de vários tratados como o De architectura de Vitruvius, que serviu de base para o Homem de Vitrúvio, de Leonardo da Vinci, e o De Re Aedificatoria, de Leone Battista Alberti, e foidesenvolvido praticamente ao mesmo tempo que o sistema octamétrico (subdivisão do metro em 8 partes) de Ernst Neufert. Incluí alguns factos históricos pouco relevantes para o resumo da obra mas que ajudam a localizá-la espacial e temporalmente. O livro é um pouco confuso na sua estrutura e no constante “andar para trás e voltar a frente” a que obriga o leitor. Aliás, o próprio Corbusier desculpa-se:“Não houve aqui, ao longo destes capítulos, um argumento científico. É muito simples: eu não sou um cientista. O Modulor é um utensílio de trabalho, uma gama com a qual compor... para determinar as séries de fabrico e também para alcançar, através da unidade, as grandes sinfonias arquitectónicas.”1 Entre 1943 e 19502, Le Corbusier desenvolveu um sistema de medição que ficou conhecido por Modulor.O nome foi sugerido por Rober Lancrey-Javal, doutor em Direito3. É uma contracção de Module, ou seja unidade de medida, com or, uma referência ao número de ouro4. É uma escala de valores que permite que o seu utilizador componha espaços com medidas inter-relacionadas, harmónicas entre si. Objectivamente é uma escala de medidas derivadas da estatura humana (considerou como altura pré-definida183cm), relacionadas entre si através do
Modulor, p.211 Modulor, p.9 3 Modulor 2, p.50 4 O número de ouro, também designado por proporção aúrea põe em relação 2 elementos de uma composição na seguinte razão: a relação entre a maior e a menor é igual à relação entre a soma das duas e a maior
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Resumo crítico do Modulor
Afonso Portela | Teoria 3 | 2012/2013
rectângulo de ouro - ouseja, é uma série resultante da razão Φ - estabelecida sobre a unidade de 2,26 (medida de um homem com o braço erguido) e a sua duplicidade (séries vermelha e azul). Cresce na proporcção da “sequência de Fibonacci”, na qual a adição de dois termos consecutivos proporciona o termo seguinte. Podemos então afirmar que essa sequência introduz o corpo humano nos seus pontos essenciais de ocupação doespaço e utiliza operações matemáticas simples: a unidade, a sua duplicação e as duas secções de ouro, somadas ou subtraídas. Em 1922, depois de ter perparado bases teóricas em artigos na L’Esprit Nouveau, Corbusier recomeça a construir utilizando traçados reguladores nas fachadas. Devido às circunstâncias da altura, Corbusier tomou conhecimento da “normalização AFNOR” 5, e refere que foi esseencontro que proporcionou a escrita deste ensaio. Em 1955 edita um segundo volume, de subtítulo “Os utilizadores têm a palavra”, onde apresenta compilação de críticas, sugestões e comentários de pessoas que lhe escreveram a falar do modulor. Faz também uma descrição do processo de construção de Charndigarh6 e do processo de seriação de trabalho (pré-fabricação manual) para a montagem de tapeçarias...
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