Economia
Marcelo Miyashita: Para quem está sendo entrevistado é importante ter raciocínio rápido e compreender o contexto daentrevista e os motivos desse questionamento. Claro que se a pessoa tem uma vida exagerada, dizer isso - assim como numa conversa quando estamos conhecendo alguém - pode assustar ou gerar preconceitos. É preciso cuidado. Não há mal nenhum em assumir uma vida social, relações e circulos sociais e hábitos de consumo. O cuidado é com o exagero.
As vezes, por conta disso, o candidato corre o risco deficar rotulado na memória do selecionador - o que pode não ser bom. É importante que o candidato busque numa entrevista se aprofundar naquilo que se percebe como fundamental no processo de seleção. Ou seja, falar de suas competências e realizações. Outras questões, como vida social, podem ser levantadas pelo selecionador, mas o candidato tem que se conter. A imagem que, ao final, deve ficar é de umprofissional.
- Uma questão muito comum é a clássica e ampla: "Fale-me sobre você". Que tipo de informações valem ser mencionadas? Essa pergunta está relacionada à avaliação do auto-conhecimento do profissional? Se sim, por que é importante que o profissional tenha auto-conhecimento?
MM: Essa pergunta para muitos candidatos é a folha branca da redação. Quase sempre é feita numa entrevista e nemsempre a pessoa tem um raciocínio pronto para discorrer. É importante que o candidato aproveite a chance e, primeiro, se posicione. Ou seja o que sou, o que faço e para que sirvo. Uma apresentação assertiva que responda essas questões já causa uma impressão boa no entrevistador. E, após, justifique com argumentos e defenda com realizações, cases, formação e conhecimento.
Tratar nesse momentode questões pessoais não é recomendado, a menos que o selecionador estimule esse caminho no diálogo. O candidato precisa entender que não está numa conversa de bar, onde pode sair falando sem preocupações. Ele está sendo avaliado num processo de seleção para uma vaga de trabalho.
- Qual é a melhor forma de responder a pergunta "Por que deixou seu último emprego"? O que o entrevistador realmentequer saber com isso e que pontos podem ser revelados?
MM: Lembre-se sempre que o entrevistador também tem equipe, gerencia pessoas, vive com conflitos e negociações. Logo, é natural que ele, pela posição, tenha uma empatia maior com seu ex-chefe do que com um funcionário. É muito delicado criticar ex-chefes, empresas e clientes para um selecionador. Recomendo que não caminhe nesse sentido. É maisprudente enfatizar outras questões associadas à carreira e ao desenvolvimento profissional, como oportunidade de crescimento, conhecimento e networking. Aliás, esse é o raciocínio que deve orientar as decisões de um profissional sempre.
- A pergunta "Onde você se vê daqui a cinco anos" funciona para o selecionador compreender se o profissional já traçou um plano de carreira? Se sim, por queisso é importante para a carreira em uma empresa? Que características sobre o candidato essa resposta mostra? Até onde deve ir a ambição e a honestidade (por exemplo, é viável dizer que possui planos para um negócio próprio?) do candidato nessa resposta?
MM: Vamos partir do princípio que se a pessoa se candidatou a uma vaga é porque ela enxerga nesse novo emprego uma oportunidade para a carreira,que tem algumas ambições definidas. Isso acontecendo fica fácil responder a essa pergunta com segurança e empatia. É tudo o que um entrevistador quer ouvir, que a vaga faz parte de um plano que o candidato já traz.
Porém, nem sempre é assim, a pessoa pode se candidatar a uma vaga só porque é uma chance, ou porque precisa de qualquer coisa que pague as contas. Nessa situação essa pergunta acaba...
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