Imagen, Memoria, Cine.

Páginas: 19 (4543 palabras) Publicado: 11 de abril de 2012
Amor e vanguarda cinematográfica

FERNANDA AIDÊ SEGANFREDO DO CANTO
Universidad de Castilla/ES

242

Fernanda Aidê Seganfredo do Canto. Design Gráfico pela Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil). Atualmente, mestranda em Investigación en Prácticas Artísticas y Visuales, na Universidad de Castilla – La Mancha
(Espanha).
ouvirouver

Revista Ouvirouver v6n2.indd 242

Uberlândiav. 6 n. 2 p. 242-253 jul.|dez. 2010

8/4/2011 15:34:05

n RESUMo

Com base em três histórias de amor protagonizadas por integrantes da nouvelle vague e do
cinema marginal brasileiro, propõe-se neste artigo observar as interações amorosas da vida
real que se transformam em cinema de vanguarda, e de como esta arte de contar histórias
ficcionais acaba por relacionar-se à vida mesma.
nPAlAVRAS-ChAVE

Imagem, memória, cinema.

n RESUMEn

Basado en tres historias de amor protagonizadas por integrantes de la nouvelle vague y del
cine marginal brasileño, ese artículo se propone a observar las interacciones amorosas de la
vida real que se transforma en cine vanguardista, y de cómo este arte de contar historias de
ficción termina por relacionarse a la vida misma.
npaLaBras-LLaves

Imagen, memoria, cine.

Estas imagens servem não para brincar com nossos sentidos racionais, mas no universo infinito da
ambiguidade dentro de nós.
Sidney Peterson

243

I
“Que possa inquietar-nos toda coisa chamada habitual.” Com essa frase de Bertold Brecht inicia um livro de Edgar Morin sobre cinema; com uma ideia similar, Sigmund Freud escreve um artigo psicanalíticointitulado Unheimlich (O Estranho, 1919),
no qual intenta definir os diversos usos do termo, desde a equação estranho = não
familiar; até o conceito de estranho familiar, quando se tem a sensação de conhecer
algo que não é estranho, algo conhecido, porém alienado devido a um processo da
repressão da mente.
Freud ainda comenta a presença do estranho na literatura e em criações fictícias
como sendo umterreno fértil para o estudo deste fenômeno, já que na ficção se pode
guiar o estado de espírito e as emoções daquele que lê ou vê uma obra. As imagens,
em particular as fotografias, segundo Sontag (2006, p. 216)1, podem realizar esse
mesmo processo:
Essas imagens são de fato capazes de usurpar a realidade porque antes de tudo
uma fotografia não é apenas uma imagem (no sentido em que o é umapintura),
uma interpretação do real; também é um vestígio, um rastro direto do real, como
uma marca ou uma máscara mortuária. Se bem que um quadro, ainda que cumpra com as pautas fotográficas de semelhança, nunca é mais que o enunciado de

1

Todas as citações originais em espanhol foram traduzidas pela autora.
Uberlândia v. 6 n. 2 p. 242-253 jul.|dez. 2010

Revista Ouvirouver v6n2.indd243

ouvirouver

8/4/2011 15:34:05

uma interpretação, uma fotografia nunca é menos que o registro de uma emanação
(ondas de luz refletidas por objetos), um vestígio material do tema impossível para
todo quadro.

244

Para Morin (2001), ocorre um fenômeno de sobre-impressão, ou de transmutação, entre a imagem e o objeto, no qual o fantástico e o real se confundem, mesmo
nos casos maisobjetivos ou vulgares. O autor assume que a mínima tentativa de
definição desses processos, por mais técnica ou aprimorada que seja, não passa
de um desejo impotente de expressar o inexplicável, de buscar a senha do inefável.
É nesse ponto, onde se confundem os costumes da vida pessoal e a inspiração
artística, que se desenvolve o presente artigo. Ao acompanhar a trajetória pessoal
doscasais Anna Karina e Jean-Luc Godard, Helena Ignez e Rogério Sganzerla, Agnès Varda e Jacques Demy pode-se assistir misturado à ficção o reflexo distorcido
das diversas fases vividas por eles.
O estudo foi enfocado nesses casais por uma questão de compatibilidade artística e contemporaneidade. Há muitos elementos que unem a nouvelle vague e o
cinema marginal no Brasil, entre eles, a exploração de...
Leer documento completo

Regístrate para leer el documento completo.

Estos documentos también te pueden resultar útiles

  • Memorias de cine
  • El Cine Como Imagen De La Realidad
  • Imagen Del Vendedor En El Cine
  • el alma y la imagen de la memória
  • Cine Cubano
  • Cine De La Revolución Memorias Del Subdesarrollo
  • Cine y memoria
  • El cine ¿una cultura de imagen? 1º 4 paginas

Conviértase en miembro formal de Buenas Tareas

INSCRÍBETE - ES GRATIS