Rigoberta Menchú

Páginas: 12 (2886 palabras) Publicado: 23 de octubre de 2012
Bartolomé de Las Casas - Carta ao Imperador Carlos I- (c. 1548)
Bartolomé de Las Casas
 
 
Em Defesa dos Índios (c. 1548)
 
Ilustre Príncipe:
 
[...]  Julguei aconselhável trazer à atenção de Vossa Alteza que chegou às minhas mãos uma certa sinopse curta, em espanhol, de uma obra que dizem ter Ginés de Sepúlveda escrito em latim. Nela ele apresenta quatro razões, cada uma das quais, emsua opinião, prova de maneira irrefutável que a guerra contra os índios é justificada, desde que seja empreendida da forma apropriada e que as leis de guerra sejam observadas, assim como, até o presente, os reis de Espanha têm ordenado que seja empreendida e lutada. [...]
 
[...] Se a opinião de Sepúlveda (de que as campanhas contra os índios são legítimas) for aprovada, a mais sagrada fé deCristo, para vergonha do nome cristão, será odiosa e detestável a todos os povos do mundo que tiverem conhecimento dos crimes desumanos que os espanhóis infligem a essa raça infeliz, de modo que nem no presente nem no futuro irão aceitar nossa fé sob qualquer condição, pois vêem que seus primeiros arautos não são pastores mas saqueadores, não são pais mas tiranos, e que aqueles que a professam sãoímpios, cruéis e impiedosos em sua inclemente selvageria. [...]
 
[...] [P]or ora, como uma espécie de ataque ao primeiro argumento da posição de Sepúlveda, devemos reconhecer que existem quatro tipos de bárbaro, segundo o Filósofo diz nos Livros I e III da Política e no Livro VII da Ética, e segundo São Tomás e outros doutores em diversos lugares.
 
Primeiro, bárbaro no sentido amplo e livre dapalavra significa um homem cruel, desumano, selvagem e impiedoso, que age contra a razão humana por raiva ou por disposição natural, de modo que, deixando de lado a decência, a mansidão e a moderação humana, ele se torna duro, severo, briguento, intolerante, cruel e se lança cegamente em crimes que apenas os animais mais selvagens da selva cometeriam. Falando desse tipo de bárbaro, o Filósofo dizna política que, assim como o homem que obedece à reta razão e às leis excelentes é superior a todos os animais, assim também, se ele abandona o caminho da reta razão e das leis, ele é o mais fraco, o pior e o mais desumano dos animais[1]. [...]
 
[...] De fato, nossos espanhóis não estão desacostumados de diversas dessas práticas. Ao contrário, nas coisas absolutamente desumanas que fizeram àsnações que subjugaram, superaram todos os outros bárbaros. [...]
 
[...] O segundo tipo de bárbaro abrange aqueles que não têm língua escrita que corresponda à falada, como a língua latina em relação à nossa, e portanto não sabem como expressar nela o que querem dizer. Por essa razão, são considerados incultos e ignorantes das letras e do conhecimento. [...]
 
[...] O terceiro tipo de bárbaro, nosentido próprio e estrito da palavra, compreende aqueles que, ou por seu caráter malévolo e perverso ou pela aridez da região onde vivem, são cruéis, selvagens, beberrões, estúpidos, e alheios à razão. Não são governados pela lei ou direito, não cultivam amizades e não possuem Estado ou comunidade política organizada. Ao contrário, não têm governante, leis e instituições. [...]
 
[...] Bárbarosdesse tipo (ou melhor, homens selvagens) raramente são encontrados em alguma parte do mundo e são poucos em número quando comparados com o resto da humanidade, como observa Aristóteles no começo do livro sétimo da Ética.[E]ste tipo de bárbaro é selvagem, imperfeito, e o pior dos homens, e constituem erros da natureza ou aberrações de uma natureza racional. [...]
 
[...] E, visto que uma naturezaracional é dada e guiada pela providência divina para seu próprio bem de uma maneira superior à das outras criaturas, não só no que concerne às espécies, mas também a cada indivíduo, segue-se evidentemente que seria impossível encontrar numa natureza racional tal aberração ou erro da natureza, isto é, um que não se ajuste à noção comum de homem, salvo muito raramente e em muito menos...
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