O tropicalismo musical e a esquerda engajada: da crítica estética e política à patrulha ideológica

Páginas: 11 (2599 palabras) Publicado: 1 de diciembre de 2010
LARA TALINE DOS SANTOS

6º Período

O TROPICALISMO MUSICAL E A ESQUERDA ENGAJADA: DA CRÍTICA ESTÉTICA E POLÍTICA À PATRULHA IDEOLÓGICA

CURITIBA
2009

LARA TALINE DOS SANTOS

O TROPICALISMO MUSICAL E A ESQUERDA ENGAJADA: DA CRÍTICA ESTÉTICA E POLÍTICA À PATRULHA IDEOLÓGICA

Trabalho apresentado para a disciplina de História do Brasil III àUniversidade Federal do Paraná, no curso de História.

Prof. Luiz Carlos Ribeiro.

INTRODUÇÃO

No fim da década de 1960 o termo Tropicália tornou-se consagrado pelos meios de comunicação como momento de ruptura, nos âmbitos do comportamento, política, ideologia e música.
A partir disso, a produção tropicalista teve diversos impactos na sociedade,destacando no presente trabalho sua faceta musical, por alguns odiada e desprezada, e por outros amada e consumida.
A Tropicália foi terreno da inovação, sobretudo no campo musical. Com claras influências do Rock n´ Roll anglo-americano aliado a sonoridade nacional, o tropicalismo musical reformulou os padrões para a dita música brasileira séria. Assim, surgiu grande debate entre osintelectuais da época acerca do movimento.
Críticas no âmbito da estética e da ideologia agitavam o cenário musical nacional. Enquanto isso, artistas como Caetano Veloso, Torquato Neto, Gilberto Gil, e a banda paulista Os Mutantes, adotavam uma postura de dessacralização da arte engajada e nacionalista brasileira. Simultaneamente, procurava-se exaltar a emancipação individual de algumas concepçõesideológicas.
Neste sentido, a crítica da esquerda nacionalista brasileira tornou-se ainda mais dura. Em contraponto, observou-se a crítica tropicalista à patrulha ideológica realizada por esses grupos. A fim de elucidar esse debate, o presente trabalho buscará analisar, a partir do discurso de Caetano Veloso no III Festival Nacional da Canção, o caráter de não comprometimento dostropicalistas com a revolução social e o conseqüente embate com a militância de esquerda que não concordava com a significativa preocupação estética dos músicos tropicalistas. [1]

O TROPICALISMO MUSICAL E A ESQUERDA ENGAJADA: DA CRÍTICA ESTÉTICA E POLÍTICA À PATRULHA IDEOLÓGICA

A década de 1960 assinalou um importante período para a produção musical brasileira. Esses anos foram profundamentemarcados por grande efervescência cultural e política, alimentada pelas discussões entre grupos nacionalistas de esquerda e os tropicalistas, representantes de um movimento que se revestia de um caráter de ruptura e hibridismo entre o rock estrangeiro e a sonoridade nacional.
Esse foi, de fato, um dos principais pólos de debate entre a esquerda engajada e os músicos representantes da Tropicália.A questão da cultura nacional em contraponto a cultura importada, norteava toda a produção da época.
Neste sentido, os festivais se tornaram, não menos, espaço de debate e crítica não apenas musical, mas também política. O público jovem, estudantes em sua grande maioria, ao tomar partido de um estilo ou outro acabavam por adquirir certa postura política. Esses jovens eram, essencialmente,procedentes da classe média e procuravam, neste momento, integrar-se com maior afinco nas questões político-cultural do país.
O contexto histórico no qual o Brasil estava inserido nos anos 60 demonstra que essa tendência à politização era oriunda, em grande parte, da convicção que se tinha de que o país encontrava-se em meio a um período dito pré-revolucionário. Assim, o campo artístico emgeral politizou-se e passou a ser visto enquanto ferramenta importante dentro de uma estratégia revolucionária. [2]
É neste cenário que o tropicalismo musical propõe-se a trazer a tona uma nova linguagem, notavelmente mais massificada. Marcada, notadamente, pela ousadia de seus artistas, a Tropicália procurava aliar o que acreditava ser o velho e o novo em termos de sonoridade. Desta...
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