Espaço De Exposição Exterior, O Museu E A Cidade Como Palco De Intervenção

Artigo Cientifíco
“Espaço de exposição exterior, o museu e a cidade como palco de intervenção ”
Aluno: José Gustavo Freitas nº22383
Seminário de Investigação II
Ano Lectivo 2011/12
Universidade de Évora

O conceito de arte pública tem origem nos anos 60, consequentemente devido a
reflexão sobre a arte e a sua existência nos museus. Na evolução da cidade moderna, a arte
passa a intervirmuito mais na cidade: quer a partir da imagem, quer pela publicidade, pelo
grafitti ou por performances efémeras. Desde as primeiras intervenções que gera polémica ou
propositadamente causa-a na opinião pública. A sua abrangência ao meio urbano em constante
movimento não é de todo compreendida ou aceite. A presença de um elemento que
interrompe o espaço urbano ou não que lhe é dado aconcentração devida, torna-se alvo de
críticas e é injustamente alvo de vandalismo. Por outro lado, a arte urbana, como o grafitti, é
considerado vandalismo, devido á sua qualidade artística ou a maior degradação que causa no
espaço urbano. O Site specific também intervém no espaço urbano, embora tenha marcado
presença em várias salas de exposição. Este método define-se por criar uma obra de arte criadapara existir num espaço. É por vezes resultado do trabalho de equipa entre o artista e o
arquitecto para a definição de um novo espaço ou a adequação de um espaço projectado para
intervenções artísticas.
A reflexão deste espaço é o objectivo deste artigo. Pensar sobre o espaço de exposição,
criado e projectado com esta finalidade, mas de modo como pode estar associado a um
programa de museu einteraja com o lugar em que intervém, neste caso a cidade. Perceber de
que modo a arquitectura do museu de arte e a cidade interagem mutuamente, como a
observação e a reflexão do museu é feita sobre a cidade em que se insere, de como o espaço
urbano é por sim um lugar ou um “evento” que possuí qualidades estéticas como espaço de
exposição e como o lugar de intervenção é reflectido comoelemento de ligação entre o museu
e a cidade, mas que exclusivamente ganha um estatuto autónomo destes dois espaços.

O Museu e a cidade

A evolução da história da arte tem evoluído em várias reflexões em si, acompanhando
o evoluir da história política, ideológica e social. Parte de um modo primitivo ligado a um ritual
sagrado e espiritual, evoluindo depois para uma reflexão e concepção do Belono
Renascimento, mudando de rumo no século XIX 1. A arte encontrou-se sempre em meios
exclusivos e presente na classe mais poderosa das sociedades, como a religião, a política e a
burguesia, para identificar e expor o seu prestígio e poder. A partir do século XIX, regista-se
uma interacção mais abrangente da arte com o público, ao instituir a tipologia de museu na
cidade. A sua importância élogo reconhecida pela burguesia emergente, introduzindo-a como
parte da sua vida, tanto na sua educação, como palco dos seus encontros sociais. O acesso aos
museus torna-se mais livre, a partir da maior abertura da democracia e do alargamento dos
direitos para toda a sociedade.
O museu era então encarado como espaço de arquivo e conservação das obras de arte,
sem ter em conta o modo como eramdispostos no espaço, sem reflexão como estar exposto.
No início do século XX, a reflexão sobre o espaço de exposição leva a reconhecer o
fundamental valor da obra de arte sobre o espaço, em que numa caracterização anónima, o
espaço concentra a atenção sobre a obra de arte, restando a reflexão sobre programa e
organização da tipologia do museu 2. Com o Dadaísmo e o Ready made de Duchamp adiscussão sobre o objecto artístico instala-se. Questionando-se tudo o que se tinha feito
anteriormente, e como a arte, reflexão sobre a vida, estaria limitada ao espaço de exposição e
que outro espaço poderia ocupar a arte. Le Corbusier reflecte sobre o espaço de exposição ao
classifica-lo de “Obsoleto”, na medida em que as novas formas de comunicar vem classificar e
organizar a informação...