A leitura poperiana da atividade científica

Nome: Lígia Leiko
Profª: Marcos.
Curso: Filosofia.

A leitura popperiana da atividade científica.

O presente texto tem por objetivo expor as idéias de Karl Popper acerca da atividade científica, nesse sentido temos como objeto central dessa apresentação o problema da tentativa de demarcação entre ciência e pseudo-ciência e da fundamentação do conhecimento científico, sobretudo no que dizrespeito as ciências naturais.
Isso porque para Popper a concepção de ciência, amplamente difundida e aceita pelo senso comum, muito pouco contribui para a construção de conhecimentos. Esta concepção que teria se originado por meados do século XVII, com a então conhecida revolução científica – dada a cabo por teóricos como Bacon, Newton e Galileu – estaria contaminada por demasiado entusiasmoocasionado pelo aparente sucesso que as teorias desses grandes experimentadores obtiveram na tentativa de explicar e compreender o mundo.
Pautados pelos resultados bem sucedidos da física, biologia e astronomia, os estudiosos da época puderam pensar a possibilidade de atingir conhecimentos seguros e verdadeiros, partindo da análise e aplicação de um método que garantisse às outras áreas doconhecimento a mesma rigorosidade e objetividade destas primeiras.
Nesse sentido diversos debates foram travados na tentativa de descrever e fundamentar a produção do conhecimento científico, destes debates resultou duas linhas de maior expressão, a saber, a hermenêutica e a analítica. A primeira apresenta o conhecimento como fundamentalmente constituído de interpretações, sendo a ciência um produtolingüístico que deve ser interpretado; enquanto a segunda persegue um conhecimento racional preciso e claro - mesmo que para isso seja necessário limitar o alcance da razão no processo de conhecimento do mundo – em que a ciência é vista como uma forma de discurso que deveria satisfazer as regras lógicas no intuito de se atingir verdades sólidas.
A filosofia da ciência produzida pela correnteanalítica tem como representantes o próprio Popper e os empiristas lógicos, estes últimos possuem filosofias que tem como caráter predominante a forte vinculação entre ciência e experiência. A eles podemos delegar em grande parte a responsabilidade de fundar a concepção de ciência do senso comum - em que a ciência seria um conjunto de conhecimentos verdadeiros, provados e seguros – e à eles que Popperdirecionará mais fortemente sua crítica.
Os empiristas lógicos defendiam que a ciência tem como objetivo a busca pela verdade ou verdades prováveis, para eles todo o conhecimento que se quer científico, deveria se fundamentar em afirmações extraídas da observação direta do mundo, e a partir destas deduzir leis e teorias.
Porém a dedução desta últimas em bases de proposições de observação, comocritério de verdade, não é suficiente para garantir tal estatus a suas afirmações, para que uma teoria ou proposição sejam verdadeiras é necessário ainda que estas sejam verificadas, ou seja, que o conteúdo de seus enunciados sejam confrontados com a experiência por testes ou experimentos diversos, assim a verificação garantiria o status de verdade de uma teoria, pois permite que seus enunciadossejam averiguados pelo uso direto dos sentidos.
Estes ainda acreditavam que a demarcação da ciência deveria ser apresentada em relação ao sentido, presença ou falta dele, no que diz respeito aos enunciados de cada discurso. Este vai ser um dos primeiros pontos de objeção de Popper, aos teóricos do ciclo de viena.
Isto porque para Popper esta concepção de sentido utilizada como critério parademarcação, o conceito positivista, em que um enunciando ou partes dele, para ter significado devem poder ser verificados empiricamente, pelo uso direto dos sentidos, só seria válido se as proposições proporcionadas por observações ocorressem de forma tal que a subjetividade não participasse destas ações.
Entretanto muitos dos enunciados científicos tiveram em gérmen em mitos ou enunciados...