Ética E Educação Em E.Levinas

MODELOS E PRÁTICAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES











TEMA: “ ÉTICA E EDUCAÇÃO EM EMMANUEL LÉVINAS.”

( EVIDÊNCIA 1 )













FORMADOR: Professor Doutor Roque Antunes

FORMANDO: Fernando Manuel Esteves Pinto












Chaves, 18 de Fevereiro de 2012




Introdução

Este trabalho incide sobre um momento fundamental dos trabalhosque decorreram durante a formação ao longo da UC, e que penso ser fundamental na formação da profissão docente. Foi exposta de uma forma brilhante, e com a dramatização adequada, demonstrando uma outra forma de encarar a educação dentro de valores éticos capazes de enfrentar as grandes questões da sociedade contemporânea. Paradoxalmente, quando tanto se fala de Ética, até, de ética aplicada adeterminados campos e profissões, cada vez mais nos vamos afastando da reflexão ética fundamental, reduzindo, quase tudo a um conjunto de normas e deveres de organização e convivência social. A necessidade de adquirir consciência, parece, hoje, uma urgência, a dificuldade está em saber como fazê-lo. Neste sentido, penso que “os professores partilham das capacidades e disposições que estruturam ocarácter moral do sujeito em geral. (…) Os professores são agentes privilegiados da condição humana o que, desde logo, implica que sejam chamados a dar testemunho pessoal sobre as virtudes que ensinam. Mais uma vez ao contrário do que acontece com outras profissões igualmente vocacionadas para a relação humana, como a profissão dos médicos, por exemplo, no caso dos professores não só não é desejável, comonão é possível reduzir a profissionalidade a um desempenho meramente técnico.” (Baptista, 2011, 25).
Assim, um dos grandes modelos da educação contemporânea passa pelo modelo de uma Ética e uma Pedagogia da Alteridade de Emmanuel Lévinas, que vou analisar de uma forma sucinta, tendo como horizonte a obra Ética e Infinito, as suas conversas com Philippe Nemo, onde expõe as linhas gerais doseu pensamento.

1. Da Ontologia à Ética.
Emmanuel Lévinas nasceu em Kaunas (Lituânia) em 1906, numa família burguesa judia. Na sua obra admite as fontes principais que contribuíram para a sua formação: A Bíblia, Platão, Kant e os clássicos da literatura russa e europeia (Lévinas, 1988, E.I., 16). Posteriormente em Estrasburgo, na universidade, conhece Husserl e M. Heidegger, de quem foidiscípulo, recebendo fortes influências da Fenomenologia. No entanto, tomará uma nova direcção, abandonando, deste modo o caminho que tinha tomado até aí. Assim, num segundo momento proclamará a ética como filosofia primeira, colocando de lado a ontologia, dando primazia ao outro, à alteridade e não ao ser. Para entendermos, também, o seu pensamento há que referir a experiência dos horrores quesofreu nos campos de concentração perto de Magdburgo e dos martírios e perseguições que sofreram muitos dos seus familiares. Por isso, terminou a relação de amizade que mantinha com Heidegger, por este ter pertencido ao partido Nazi, “ Heidegger est pour moi le plus grand philosophe du siècle, peut-être l’un dês très grands du millénaire; mais je suis très peiné de cela, parce que je ne peuxjamais oublier ce qu’il était en 1933, même s’il ne l’était que pendant une courte période” (Lévinas, 1991, 126). Nesta experiência encontraria a fórmula de uma nova filosofia, em que a Pessoa Humana estaria no centro, em detrimento do ser.
A tradição Ocidental preocupou-se mais com o ser e ignorou o ente, centrou-se no ego Cartesiano como ensimesmamento não se abrindo à outra dimensão, aosaspectos básicos de carácter ético. Assim, esse ego Cartesiano reduzia tudo ao mesmo o que se opunha como alteridade, uma redução do outro ao mesmo (Lévinas, 1988, T.I., 30-31).
Toda a sua obra é uma tentativa de combater uma ontologia da totalidade, e o totalitarismo político repousa sobre esse totalitarismo ontológico. Auschwitz é o paradigma dessa ontologia, “a minha crítica da totalidade...