Freud

Páginas: 25 (6067 palabras) Publicado: 16 de abril de 2012
CONCEPÇÕES DA INFÂNCIA:
FREUD, PIAGET, VIGOTSKI*
Jerome Seimur Bruner

[As teorias como criação cultural]
Iniciemos com uma hipótese que para alguns de vocês pode parecer um
tanto curiosa. As teorias sobre o desenvolvimento humano, devido ao
caráter da cultura, não são simples esforços para compreender e codificar
a natureza do desenvolvimento humano, senão que, por sua própria essência,também criam os mesmos processos que tentam explicar, conferindo-lhes realidade e fazendo-os conscientes à comunidade. Neste sentido, uma teoria do desenvolvimento humano constitui os conceitos e, em
certo grau, os "fatos" que trata, assim como uma teoria da propriedade
constitui conceitos tais como proprietário, violação de propriedade e
herança. Pela mera formulação de uma teoria dapropriedade, damos
uma realidade social a seus conceitos constituintes, com a suficiente existência1 para criar também, de fato, uma realidade prática. Colocamos na
cadeia aqueles, que por suas ações, mostram desconhecer estas realidades
práticas, e categorizamos as pessoas que participam nelas como proprietários, herdeiros, etc. Na minha opinião, o significado e o uso de termos
como juventude - como acrise da adolescência, fases do desenvolvimento, etc. - uma vez criados, requerem ser explicados. Não quer dizer que
*

Traduzido, para fins didáticos, do espanhol “Concepciones de la Infancia: Freud, Piaget y
Vygotsky” (versão de M.ª Victoria Sebastián), por Achilles Delari Junior em agosto de 1999. Os
títulos entre colchetes foram introduzidos também com finalidade didática (não estãopresentes
no orginal), e as notas de rodapé são todas nossas. Esta tradução é provisória e passará por
revisões futuras. Peço desculpas pelos erros de digitação e aceito sugestões de correção. E-mail:
delari@uol.com.br Sítio: http://sites.uol.com.br/delari.
1
Em espanhol “entidad”; “entidad: echo de existir, qualidad de ser” — em Silva, Guido Gómez
de (1991) Breve Diccionario etimologico de laLengua española. México: Colégio de México:
Fondo de Cultura Economica – p. 257.

aqueles que se ocupam do desenvolvimento humano não contrastem suas
idéias e conceitos com provas empíricas por meio da observação, intervenção e experimentação. Claramente o fazem. Freud, Piaget e Vigotski
foram titãs nisso. Seria melhor dizer que as "teorias de desenvolvimento", devido à natureza da culturahumana, também se convertem em prescritivas canônicas uma vez que são aceitas, independentemente de quão
descritivas e sujeitas a comprovação foram em sua origem.
Explicarei o que quero dizer. Uma teoria do desenvolvimento humano, pela natureza mesma de nossa espécie, não pode ser exclusivamente
uma teoria sobre a natureza. A plasticidade do genoma humano é tal, que
não existe uma forma única naqual o ser humano se desenvolva e que
seja independente das oportunidades de realização proporcionadas pela
cultura em que dito ser humano nasce e cresce. Como sabemos pelos
trabalhos realizados em primatologia e antropologia desde de há duas
décadas, o ponto crítico na evolução do primata que produziu a espécie
Homo teve lugar no momento em que a cultura adquiriu um papel fundamental natransmissão de instruções sobre a adaptação, em vez de estar
inscritas exclusivamente no código genético. Não quer dizer que o homem não dependa de seu genoma, o que implicaria claramente uma concepção megalomaníaca da cultura. Melhor dizendo, o que supõe é que
existe uma grande variedade de ajustes realizados graças à plasticidade
do genoma humano, e que as culturas prescrevem/proporcionam vias dedesenvolvimento entre estas possibilidades. O problema não é "Natureza
versus Cultura", mas se trata, como Peter Medawar assinalou em certa
ocasião, de que cada uma contribua com sua parte para a variância. Dizer
que uma teoria de desenvolvimento humano é "independente da cultura"
é fazer uma afirmação absurda. A linguagem mesma com a que se faz
esta afirmação mostra este âmbar cultural....
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